quarta-feira, 9 de maio de 2012
A Crise de 1929
Introdução - O ano de 1929 pode ser considerado o marco de uma das maiores crises da
história do capitalismo. Foi o ano em que os Estados Unidos foram abalados por
uma grave crise econômica que repercutiu no mundo inteiro.
Durante a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918),os Estados Unidos, foram os principais
fornecedores dos países europeus, exportando grandes quantidades de produtos
industrializados, alimentos e capitais (sob a forma de empréstimos).
No pós-guerra, os Estados Unidos, tornaram-se a maior potência econômica do
mundo. Em 1920, a indústria norte-americana produzia quase 50% de toda a
produção industrial do mundo. Por quase toda a década de 20, a prosperidade econômica
gerou nos norte-americanos um clima de grande euforia e de consumo desenfreado,
gerando o modo de vida americano (American way of life), como modelo de
progresso. Viver bem significava consumir cada vez mais.
Porém, no final da década de 20, a produção norte-americana atingiu um ritmo de
crescimento muito maior do que a demanda por seus produtos, gerando umacrise de
superprodução.
Em 1929, os Estados Unidos conheceram uma profunda crise econômica, com a queda
da Bolsa de Valores de Nova York, que gerou uma grave crise interna, um alto
índice de desemprego e que acabou afetando vários países do mundo.
Causas - Até por volta de 1925, os países europeus lutavam com dificuldades para
reconstruir a Europa, arrasada pela guerra. À medida que a reconstrução da
Europa foi se reorganizando, Inglaterra, Alemanha e França procuraram atualizar
seus parques industriais e tomaram uma série de medidas protecionistas para
reduzir as importações norte-americanas.
Ao se aproximar o ano de 1929, os Estados Unidos produziam uma enorme
quantidade de mercadorias para as quais não existiam compradores. Os preços das
mercadorias despencavam e mesmo assim, não encontravam consumidores. A queda no
comércio interno ocorreu porque os trabalhadores, que eram boa parte da
população, recebiam baixos salários e não tinham recursos para comprar muitos
produtos.
Os industriais perceberam então, a necessidade de reduzir o ritmo da
produção. Para isso precisavam demitir milhões de trabalhadores. No
decorrer da crise, o número de desempregados nos Estados Unidos atingiu mais de
15 milhões de pessoas.
A agricultura também enfrentava dificuldades devido à superprodução. Os
fazendeiros norte-americanos foram obrigados a pagar altas taxas para armazenar
seus produtos agrícolas e para evitar a queda do preço dos alimentos, no
mercado interno. Mas, a simples existência desses estoques provocou o
barateamento dos gêneros de primeira necessidade. Muitos fazendeiros
endividados junto aos bancos, foram obrigados a entregar-lhes suas propriedades
em pagamentos da dívida.
A superprodução provocada pelo subconsumo, a queda geral dos preços e a
especulação geraram uma crise sem precedentes: a quebra da Bolsa de Valores,
foi o início da Grande Depressão.
O governo procurava manter a ilusão de que tudo ia bem para, com isso, criar
novas oportunidades de negócios fáceis. Membros do governo, políticos e outras
pessoas influentes, através dos jornais e rádio, mantinham a imagem de
prosperidade. As manifestações dos desempregados e as greves por melhores
salários eram reprimidas com violência.
A
crise atingiu o mercado de ações e em 24 de outubro de 1929, a
"quinta-feira negra" ocorreu o crack ("quebra") da Bolsa
de Valores de Nova York.
Era na Bolsa de Valores que as grandes empresas americanas negociavam suas
ações. Com a crise, muitas empresas foram à falência e o valor das ações na
Bolsa caiu assustadoramente de um dia para outro.
A desvalorização refletia a estagnação do parque industrial norte-americano,
cujas empresas faliam cada vez mais. Bancos faliram e milhões de trabalhadores
americanos perderam seus empregos.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York repercutiu na maioria dos países
capitalistas.
Muitas pessoas perderam grandes somas de dinheiro com isso. Houve pânico, desespero,
tendo ocorrido até mesmo numerosos casos de suicídio.
O desemprego aumentou em todo o país: a miséria atingiu grande parte da
população, pois a economia como um todo ficou profundamente desorganizada. Com
a crise em 1929 e 1932, a produção industrial americana foi reduzida em 54%. Os
13 milhões de desempregados, em outubro de 1933, representavam 27% da população
economicamente ativa no país.
A
Crise no Mundo
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York repercutiu na maioria dos países
capitalistas. No período de 1929 a 1933, o comércio internacional teve uma
redução de 25% e a produção industrial teve uma queda de aproximadamente
39%.
Na Europa, os americanos retiraram o dinheiro emprestado, provocando; falências
em bancos; falências em empresas; aumento do número de desempregados.
Na América Latina, a repercussão da crise foi muito grande, pois os países
forneciam basicamente produtos agrícolas e matérias-primas aos Estados Unidos.
Com a crise, os Estados Unidos reduziram ou cortaram as compras que faziam
desses países. Com menos dinheiro, os países latino-americanos deixaram de
investir, gerando com isso desemprego e miséria.
O Brasil também foi afetado pela crise de 1929. O Café era o principal produto
de exportação brasileiro, e os Estados Unidos, o nosso principal comprador. Por
causa da crise, os Estados Unidos diminuíram suas compras de café, provocando o
aumento dos estoques do produto no Brasil.
A Grande Depressão só não atingiu a União Soviética, que, isolada pelos países
do Ocidente após a Revolução Socialista de 1917, tinha um comércio
insignificante com os países capitalistas.
O
New Deal (Novo Acordo), foi inspirado nas idéias do economista inglês John
Keynes (1883-1946). O New Deal era um programa misto que procurava conciliar as
leis de mercado e respeito pela iniciativa privada com a intervenção do Estado
em vários setores da economia.
O Estado passou a intervir fortemente na economia, a solução foi abandonar o
liberalismo econômico, começava uma nova fase do capitalismo, chamado
capitalismo monopolista de Estado.
Principais medidas socioeconômicas adotadas pelo New Deal:
Controle, pelo governo, dos preços de diversos produtos agrícolas e
industriais; auxílio à indústria e controle de produção; empréstimos aos
fazendeiros arruinados, para pagarem suas dívidas; execução de grandes obras
públicas, para ocupar parte dos desempregados; salário-desemprego, para aliviar
a situação de miséria dos desempregados.
Pacto de reconstrução da indústria, realização de um acordo social pelo qual se
garantiam os interesses dos industriais (limitação dos preços e da produção às
exigências do mercado) e aos trabalhadores (fixação de salários mínimos,
limitação das jornadas de trabalho).
Conclusão
A
política do New Deal não alcançou todo o sucesso esperado. Mas conseguiu dar
uma controlada no lado mais terrível da crise econômica que gerava fortes
conflitos sociais.
Com essas e outras medidas, a economia começou a recuperar-se. No entanto,
somente a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) criaria as condições para um novo
impulso econômico dos Estados Unidos, pois a produção de armamentos aumentou o
número de empregados e possibilitou grandes lucros às empresas.
Data:
01/08/2008
Fontes
consultadas:
NÉRE,
Jacques. História Contemporânea. 2ªed. São Paulo: DIFEL, 1981.
BRENER,
Jayme. 1929: a crise que mudou o mundo. 1ªed. São Paulo: Ática, Coleção
Retrospectiva do Século XX, 1996.
NEVINS,
Allan e COMMAGER, Steele H. Breve História dos Estados Unidos. São Paulo:
Alfa-Omega, 1986.
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