Cristiana Gomes
O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa,
foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham
a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os
continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranqüilidade estavam presentes
graves problemas econômicos.
O mundo encontrava-se dividido e submisso às
grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios
sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas
áreas de dominação econômica e política.
A Revolução Industrial trouxe transformações
importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os
motores a combustão.
As indústrias mais importantes extraiam petróleo,
fabricavam aço, máquinas e navios.
A competição capitalista estimulou o
crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras.
Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes
ficaram maiores ainda.
Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram
a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e
enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério,
algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com
salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores.
Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios)
precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios
econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a
ajuda de seus respectivos governos.
Economistas alemães e ingleses do início do século
XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.
Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira
Grande Guerra.
O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:
- Investimento de capital no estrangeiro
- Domínio econômico de um país sobre o outro
Os países imperialistas colonizaram vastas regiões
na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas
no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos
civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais
fortes sobrevivem e mais fracas, não”).
No começo do século XX, a indústria alemã estava
ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no
mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que
uma guerra seria muito bem-vinda.
Porém, era preciso convencer o povo de que não
havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi
fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o
outro.
Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado,
essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a
França na Guerra Franco-Prussiana. Como conseqüência, a França foi
obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os
franceses a quererem vingança.
A Europa estava a um passo da guerra e os países
disputavam novas colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque
Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A
população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco
resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.
Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é
considerado a causa imediata da Primeira Guerra.
Porém, vários outros fatores também contribuíram para
o advento da guerra.
- A construção da estrada de ferro
Berlin-Bagdá: sua construção colocaria à disposição da Alemanha os lençóis
petrolíferos do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as rotas
de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
- Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos (poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros, croatas…)
- Nacionalismo da Sérvia
- Conflitos originários da decadência do Império Turco
- A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias de outros países, já que não havia mais quase locais para serem dominados
- Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam essa área
- Primeira e segunda Guerra Balcânica
Das rivalidades entre essas várias potências,
surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a
existência de inimigos comuns:
- Tríplice Entente (Inglaterra, França e
Rússia)
- Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)
A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:
- Guerra de movimento: momentos iniciais do
conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o
conflito
- Guerra de Trincheiras: consistia na
construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram
introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.
- Ofensivas
Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém,
o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e
algumas colônias.
Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo
Franceses, Ingleses e Alemães:
Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a
Batalha de Verdun (600 mil mortos).
Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos
industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de
crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).
Com o passar do tempo, a situação ficava pior
(destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França
e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois
países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares).
Com essa mentalidade, os americanos começaram a
fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra.
Em março de 1917, os alemães afundaram alguns
navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o
Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha.
Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por
países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918,
levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”.
Em março do 1918 (após a revolução socialista) o
governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária,
o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se
retiraram do conflito.
Enquanto os países se retiravam aos poucos do
conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra.
Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e
o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.
Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no
Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do
pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.
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