quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pesquisa sobre os hábitos culturais dos brasileiros revela avanços

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (12) sobre os hábitos culturais dos brasileiros mostrou alguns avanços. Mas também o muito que ainda precisa ser feito.

Quantos livros você leu no ano passado? Quantas vezes foi ao cinema ou ao teatro? Essas perguntas foram feitas para mil pessoas em 70 cidades. Quase metade dos entrevistados não fez nenhum dos programas culturais citados na pesquisa da Federação do Comércio.

Ao todo, 66% deles não leram um livro sequer nos 12 meses de 2010. Mais de 90% não entraram em uma sala de teatro, não visitaram exposições de arte e nem viram espetáculos de dança. Ir ao cinema ou a shows também são opções de lazer de uma minoria.

Mas os números são melhores que em 2009, quando essas atividades culturais não faziam parte da vida de 60% dos brasileiros.

Mesmo no centro da cidade, no meio do caminho de tanta gente, ainda são poucas as pessoas que sabem o que existe no museu que abriga a historia da arte brasileira. A pesquisa também aponta a principal razão para isso: não é preço. Os brasileiros admitem que é a falta de hábito mesmo.

“Hoje, nós temos muitos projetos sociais pautados pela cultura como meio de mudança social. Então, a tendência é que a gente melhore para os próximos anos”, aponta o coordenador de pesquisa da Fecomércio-RJ, Christian Travassos. Criar esse hábito é um desafio para o país.

Em uma família, o incentivo começou quando as meninas ainda eram bebês e já ouviam histórias.

“Através do livro a gente descobriu a vida de pintores. Aí fomos a museus, fomos a exposições. Através do livro, a gente conheceu a história de músicos. Aí aguçou a vontade de entrar nesse universo da música”, aponta a pedagoga Sílvia Ferraz.

Os livros e a arte traçaram os rumos das vidas de Marina, Lorena e Diana - jovens que aprenderam a ler melhor o mundo. “Você é uma pessoa comum sem a cultura. A cultura te enriquece. Você se torna uma pessoa independente dos outros aspectos”, comenta Diana Ferraz, de 16 anos.



terça-feira, 12 de abril de 2011

Há meio século o homem chegava ao espaço pela primeira vez

O astronauta Yuri Gagarin, primeiro homem a alcançar o espaço, em 1961. (Foto: alldayru.com / via ESA)

Na manhã de 12 de abril de 1961, o soviético Alekseyevich fez um café-da-manhã inédito. Flutuando a 327 km acima da superfície terrestre, o homem de apenas 27 anos comeu e bebeu dentro de uma bola de apenas 2,3 m. Ficou conhecido para a posteridade como Yuri Gagarin e seu desjejum matinal foi apenas um feito dentro de outro maior: o primeiro voo de um humano no espaço.

Foi a segunda refeição do dia para o piloto da força aérea da extinta URSS. Horas antes, na companhia do seu substituto imediato German Titov, o cosmonauta já havia recebido “comida do espaço” para se acostumar à rotina durante a missão.

Gagarin foi o escolhido entre mais de 3,5 mil aspirantes à missão, após intensos testes de resistência física e psicológica. Somente seis homens foram selecionados como possíveis candidatos à primeira aventura do homem no espaço. A decisão sobre quem iria estar a bordo da nave redonda Vostok 1 foi comunicada ao grupo apenas quatro dias antes da missão.

À época, a extinta União Soviética e os Estados Unidos travavam uma batalha silenciosa para saber qual nação levaria o primeiro ser humano à Lua. Os norte-americanos venceram a disputa em 1969, com o “pisão” inaugural de Neil Armstrong no satélite natural da Terra, mas nos oito anos anteriores, os soviéticos sempre estiveram à frente - inclusive no lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, em 1957.

Os Estados Unidos só levariam o primeiro homem ao espaço alguns meses mais tarde, durante a viagem de Alan Shepard no voo da Freedom 7, em 5 de maio de 1961. Porém somente em 7 de fevereiro de 1962, durante a missão Friendship, com John Glenn, o país teve seu primeiro astronauta completando uma volta inteira ao redor do planeta. Ambos os feitos fizeram parte do Projeto Mercury, da agência espacial norte-americana (Nasa).




‘Poyekhali’

O voo de Gagarin começou às 09h07 no horário de Moscou, com o lançamento da cápsula Vostok 1 com o foguete R-7.

Antes de decolar, o cosmonauta gritou “Poyekhali!” (“Vamos nessa!", em tradução livre).

A nave partiu das instalações do então secreto Cosmódromo de Baikonur, conhecido à época também como Tyuratam, localizado atualmente nas estepes do Cazaquistão – uma das ex-repúblicas soviéticas.

Onze minutos após a decolagem, o combustível do foguete acabou, a cápsula redonda Vostok foi liberada e a humanidade entrava em órbita pela primeira vez.

Para girar ao redor do planeta, a Vostok precisou alcançar uma velocidade média de 28 mil km/h. Gagarin não chegou a controlar a nave, ainda que os controles para uma operação manual da Vostok 1 estivessem disponíveis ao piloto soviético.

Durante os 108 minutos de duração da missão, Gagarin deu uma volta inteira em torno da Terra. Os relatos do cosmonauta narram a sensação de estar sob o efeito de uma gravidade menor, além de uma preocupação constante sobre os dados do voo – ao solicitá-los à equipe responsável na Terra.

O cosmonauta retornou ao solo terrestre às 10h55 em uma área de plantação em Smelovka, na província de Saratov, a 300 km de onde deveria ter pousado. De volta ao planeta, Gagarin recebeu seu terceiro café-da-manhã naquele dia: leite e pão de Anna Takhtarova, uma avó espantada com a figura de um homem vestido em trajes laranjas e com um capacete, vindo do espaço.

Legado

A cápsula Vostok 1, com apenas 2,3 m de diâmetro, após aterrissar de volta na Terra. (Foto: ESA)

Gagarin virou um herói soviético após retornar ao planeta que ele observou - pela primeira vez - de fora. Foi poupado de outras missões pelo medo de um acidente encerrar a vida de um dos principais ícones soviéticos durante a Guerra Fria.

Ironicamente, o temor se justificou em 28 de maio de 1968, quando em um acidente ainda envolto em mistério, Gagarin morreu durante testes em um avião MiG.

Após a tragédia, uma cratera na Lua e um asteroide foram nomeados em homenagem ao cosmonauta.

Depois de Gagarin, mais de 400 pessoas – de 30 países diferentes – já estiveram no espaço. A maior distância já percorrida por humanos foi pouco maior que 400 mil quilômetros, durante a quase fatal missão Apollo 13, da Nasa.

Extraído do portal de notícias G1.








sexta-feira, 8 de abril de 2011

Simulação comprova origem das explosões mais brilhantes do universo

Por meio de uma simulação feita por um supercomputador, cientistas comprovaram que a emissão de raios gama – as explosões mais brilhantes do universo – podem ser causadas pela colisão entre duas estrelas de nêutrons. Uma estrela de nêutrons é o que resta de uma estrela que entra em colapso e explode. Esses corpos são bastante densos, com uma massa maior que a do sol concentrada numa esfera com pouco menos de 30 km de diâmetro.

(Veja vídeo divulgado pela Nasa – com narração em inglês – ilustra o processo)





Quando as estrelas de nêutrons colidem, dão origem a um buraco, liberando grande quantidade de energia. O campo magnético das estrelas em colisão se organiza de tal maneira que se formam jatos com partículas que se movem quase na velocidade da luz. Esses jatos geram a emissão de raios gama.

“Pela primeira vez, conseguimos rodar a simulação para além da colisão e da formação do buraco negro”, afirmou Chryssa Kouveliotou, pesquisadora do Centro Marshall de Voo Espacial, nos EUA, uma das coautoras do estudo.

A simulação levou mais de seis semanas para ser feita, num grupo de computadores do Instituto Albert Einstein, em Potsdam, no Leste da Alemanha. O processo que ela descreve dura apenas 35 milésimos de segundo, cerca de um terço do tempo de um piscar de olhos.



Tradição com mais de trezentos anos no espaço urbano recifense

Centenas de fieis acompanharam nesta sexta-feira a tradicional Procissão dos Passos, que acontece no centro do Recife há 357 anos. A saída foi da Basílica do Carmo, em direção à matriz da Madre de Deus.

Quem conduziu os fieis foi o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A procissão lembra a caminhada de Jesus para o calvário, quando foi preso, açoitado e sacrificado.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

UPE divulgou novo conteúdo programático já para este ano

GEOGRAFIA TRADICIONAL

1. A Ciência Geográfica. O objeto de estudo da Geografia. Os métodos de análise empregados a Geografia. As aplicações dos conhecimentos geográficos ao cotidiano. Atualidades geográficas.

2. A estrutura interna do planeta Terra. Os principais aspectos e a importância da Litosfera para a sociedade. A gênese e a evolução do relevo terrestre: agentes endógenos e exógenos. A compartimentação do relevo terrestre. O relevo e a ocupação humana do espaço geográfico. O relevo brasileiro.

 3. A situação geral da atmosfera terrestre. As relações Terra-Sol. Alterações climáticas, efeito estufa, chuva ácida e camada de ozônio. As principais características climáticas do território brasileiro. Os grandes domínios climato-botânicos do Brasil e do mundo. As ações humanas sobre a cobertura vegetal. Os solos: características e tipos. As ações antrópicas e os solos. A erosão dos solos.

4. Os domínios naturais e as relações com o ser humano. Os principais aspectos dos grandes domínios naturais do Brasil. O impacto ambiental das atividades econômicas no Brasil. Os recursos minerais e energéticos: exploração e impactos. Os recursos hídricos. O uso e a conservação dos recursos naturais.

 5.Características e transformações das estruturas produtivas do espaço geográfico. As diferentes formas de organização da produção. O sistema econômico capitalista. O socialismo e as suas diferentes experiências nos diversos continentes. A economia agro-exportadora brasileira: complexo açucareiro, a mineração, a economia cafeeira, a borracha na Amazônia. A industrialização brasileira.

6. A formação territorial brasileira. A produção do espaço no Brasil colonial. A dinâmica populacional no território brasileiro. A população brasileira: etnias, gênero e diversidade. A caracterização geográfica das grandes regiões brasileiras. As políticas de reordenamento territorial. A urbanização no Brasil. O Brasil e a questão agrária.

 7. As formas de organização social no espaço geográfico brasileiro. Os Direitos humanos, políticos e sociais
do cidadão brasileiro na Constituição da República Federativa do Brasil. Os deveres do cidadão brasileiro. A Organização do Estado brasileiro. A pobreza e a segregação espacial.

8. A Geopolítica e conflitos nos séculos XX e XXI. As principais áreas de tensão no mundo atual.

9. A produção do espaço geográfico pernambucano.

10. A representação cartográfica dos fatos geográficos. As projeções cartográficas, as escalas e os principais tipos de mapas. Aplicações das tecnologias modernas à Cartografia e à Geografia. A análise geográfica dos mapas temáticos.

GEOGRAFIA

SSA - 1ª Série

1. A Ciência Geográfica. O objeto de estudo. Os métodos de análise empregados na análise geográfica. As aplicações dos conhecimentos geográficos à investigação da Natureza e da Sociedade. A representação cartográfica dos fatos geográficos. A Geografia e o estudo da interação homem/meio ambiente.

2. O Planeta Terra. As relações Terra-Sol. A estrutura interna do planeta (as geoesferas). A dinâmica da litosfera e os seus efeitos. A gênese e a evolução do relevo terrestre: as ações dos agentes endógenos, exógenos e litológicos. O relevo e a ocupação humana do espaço geográfico. Os principais aspectos da atmosfera terrestre. As alterações climáticas globais. Os principais conjuntos climato-botânicos do mundo e as ações antrópicas. As rochas e os principais grupos de solos. Os solos e as atividades agrícolas. A erosão dos solos e as ações antrópicas.

3. Os Grandes Domínios Naturais. As principais características. Os impactos ambientais das atividades econômicas sobre os domínios naturais. Os recursos hídricos e as condições climáticas. Os recursos hídricos e a sua utilização pela sociedade.

SSA - 2ª Série

1. Os Principais Aspectos Físico-Geográficos do Território Brasileiro. A estrutura geológica e a utilização econômica. A compartimentação do relevo. As condições climáticas e seus efeitos sobre a sociedade e a economia. Os grandes biomas e a sua utilização econômica. Os impactos ambientais das atividades econômicas. 2. A Formação Territorial do Brasil. A produção do espaço geográfico no período colonial. A cafeicultura e as transformações do espaço geográfico. A industrialização. A produção do espaço agrário. Os impactos ambientais das atividades econômicas. 3. A Dinâmica Populacional e a Urbanização do Brasil. A formação da população brasileira. A distribuição e a mobilidade da população. A população brasileira etnias, gênero e diversidade. A urbanização, rede e hierarquia urbanas. Os principais problemas das Áreas Metropolitanas. O papel da industrialização na urbanização. 4. A Geografia Regional do Brasil. Caracterização físico-geográfica e geoeconômica das grandes regiões estabelecidas pelo IBGE. Os contrastes naturais e socioeconômicos do Nordeste. A caracterização geográfica do espaço pernambucano.

SSA - 3ª Série

1. O Espaço Mundial da Produção. As características e as transformações das estruturas produtivas do espaço geográfico. As indústrias e as transformações do espaço geográfico. Os fatores da localização industrial. A indústria na América do Norte, na Eurásia e na América Latina. As fontes de energia, sua utilização e problemas ambientais. 2. A Geopolítica e os Conflitos nos séculos XX e XXI. As principais áreas de tensão no mundo atual. As transformações políticas, econômicas e sociais da América Latina e da África no século XXI. 3. A Organização do Espaço Geográfico nos Países Capitalistas e Socialistas no Século XX. A origem e as principais características do sistema capitalista e do sistema socialista. A desintegração dos países socialistas e suas repercussões. A China no cenário geoeconômico mundial. 4. Os Direitos Humanos, Políticos e Sociais do Cidadão Brasileiro na Constituição da República Federativa do Brasil. Os deveres do cidadão brasileiro. A Organização do Estado brasileiro.

70% das obras para reduzir impactos de Belo Monte ainda não começaram

Mariana Oliveira

Do G1, em Brasília


Praticamente um ano após o leilão que definiu o consórcio Norte Energia como responsável pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, quase 70% das obras de ampliação da infraestrutura previstas para redução dos impactos socioambientais na região ainda não tiveram início, mostram dados do relatório de execução de obras do consórcio.

A demora para instalação de novas escolas e postos de saúde, que representam a maioria das obras, preocupa lideranças locais porque a população vem crescendo desde o leilão, em 20 de abril do ano passado. A expectativa é que a construção da hidrelétrica atraia 100 mil pessoas para Altamira, sede administrativa da obra, o que fará dobrar a população local.

Conforme os dados do consórcio, atualizados em 27 de março último, das 67 obras chamadas de "emergenciais" e previstas para as cidades de Altamira, Anapu e Vitória do Xingu, que abrigarão a hidrelétrica, 44 ainda não saíram do papel. Em alguns casos, foi realizada reforma, mas a ampliação ainda não começou.

Praticamente um ano após o leilão que definiu o consórcio Norte Energia como responsável pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará, quase 70% das obras de ampliação da infraestrutura previstas para redução dos impactos socioambientais na região ainda não tiveram início, mostram dados do relatório de execução de obras do consórcio.

A demora para instalação de novas escolas e postos de saúde, que representam a maioria das obras, preocupa lideranças locais porque a população vem crescendo desde o leilão, em 20 de abril do ano passado. A expectativa é que a construção da hidrelétrica atraia 100 mil pessoas para Altamira, sede administrativa da obra, o que fará dobrar a população local.

Conforme os dados do consórcio, atualizados em 27 de março último, das 67 obras chamadas de "emergenciais" e previstas para as cidades de Altamira, Anapu e Vitória do Xingu, que abrigarão a hidrelétrica, 44 ainda não saíram do papel. Em alguns casos, foi realizada reforma, mas a ampliação ainda não começou.

A cidade de Altamira, que será a mais impactada com a instalação da usina, tem 19 obras previstas, a maioria de ampliação e construção de escolas e postos de saúde.

No entanto, somente uma obra de ampliação da infraestrutura teve início - a construção de um posto de saúde. Algumas escolas foram reformadas, mas a ampliação aguarda, conforme relatório do consórcio, aprovação da prefeitura para início do projeto.

Vitória do Xingu tem 40 obras previstas, muitas de criação de rede de água e esgoto. Delas, só 15 saíram do papel. As demais aguardam projetos das prefeituras ou definição de quem fará a obra. A cidade de Anapu tem a melhor situação: das oito obras previstas, apenas uma não começou.

Ao conceder a licença ambiental que permitiu o leilão da hidrelétrica, o Ibama exigiu que o consórcio vencedor cumprisse uma série de condicionantes para reduzir os impactos socioambientais com a instalação da usina. Essas obras emergenciais previstas para o entorno da hidrelétrica estão entre as exigências do Ibama.

O G1 procurou o consórcio para obter informações sobre a execução das obras emergenciais, mas não tinha obtido resposta até a noite da última sexta (1).

Em nota no blog criado para fornecer informações sobre a construção da usina, a Norte Energia diz que "estão em ritmo acelerado as obras referentes às condicionantes socioambientais".

"Com a chegada de Belo Monte, a população poderá contar com mudanças na infraestrutura dos estabelecimentos de ensino e de Saúde, além de desfrutar de mais acesso e qualidade nos serviços prestados à comunidade, beneficiando não apenas os três municípios que receberão as obras, mas também os municípios vizinhos", diz a nota, datada de quinta-feira (31).

Políticas públicas

Prefeitos e empresários locais, que creem em desenvolvimento, e movimentos sociais e Ministério Público, que acreditam que um trecho do rio vai secar e afetar a população indígena, se dizem preocupados com o aumento populacional, que demanda a ampliação dos equipamentos públicos.

A prefeita de Altamira, Odileida Sampaio, diz que a prefeitura tem colaborado com o consórcio.

"Está atrasado e muito o cronograma das obras. Estamos cobrando direto. Temos projeto, temos terreno. Criamos uma secretaria específica para tratar as questões da barragem. O emergencial não está sendo feito e isso nos preocupa. Eles têm ajudado na questão do trânsito, que tem se complicado em Altamira, mas em saúde e educação, está bem devagar."

De acordo com o coordenador do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu, Vilmar Soares, que reúne empresários locais que apoiam o empreendimento, há um grupo de acompanhamento em relação às obras emergenciais. "Já era para estar mais avançado, mas estão andando de forma muito lenta."

Na avaliação de Soares, o consórcio é o responsável pelas ações emergenciais e não pode criticar as prefeituras pela demora em entregar projetos ou ceder terrenos.

"As prefeituras realmente demoram, mas a Norte Energia tinha que cobrar. Independentemente de a cidade não ter terreno, o consórcio tem que fazer a escola, por exemplo. Também não podem alegar que a chuva prejudica, porque outras obras estão acontecendo na cidade. Só esse ano devem chegar mais de 10 mil pessoas a Altamira. Não se pode começar a obra da usina sem ter escolas e posto de saúde para atender essa população."

Ministério Público

Para o procurador da República no Pará Felício Pontes Júnior, um dos autores das diversas ações que tramitam contra Belo Monte na Justiça, o ritmo das obras é "muito lento". Ele diz que, até agora, só foram cumpridas 20% das condicionantes exigidas pelo Ibama.

"A Norte Energia ficou preocupada nesse tempo em obter a licença parcial de instalação (que saiu em janeiro) em vez de se preocupar em preparar a região para as pessoas que vão migrar para trabalhar. Muitas das poucas obras que começaram são somente de reformas, não está trazendo aumento da oferta do serviço público para a região", disse Pontes Júnior.

Para o procurador, que promete entrar com novo recurso judicial caso saia a licença para início da construção da usina antes do cumprimento total das condicionantes, Belo Monte pode viver situação parecida com o que ocorreu nas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, nas quais os trabalhadores entraram em greve e fizeram protestos violentos devido às más condições de trabalho e moradia.

"Aqui não é Jirau, não é Rondônia. A questão fundiária é muito mais problemática. Os conflitos devem se repetir aqui em uma proporção cinco vezes maior. Somos campeões de trabalho escravo e de morte de trabalhadores no campo. E com essa obra sem os cuidados que devem ser tomados, justamente as obras de infraestrutura, pode ter certeza que estamos tratando da crônica de muitas mortes anunciadas", disse o procurador.

A usina

Belo Monte será a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, atrás apenas da binacional Itaipu, e custará pelo menos R$ 19 bilhões, segundo o governo federal. A usina está prevista para começar a operar em 2015.

Apesar de ter capacidade para gerar 11,2 mil MW de energia, Belo Monte não deve operar com essa potência. Segundo o governo, a potência máxima só pode ser obtida em tempo de cheia. Na seca, a geração pode ficar abaixo de mil MW. Para críticos da obra, o custo-benefício não compensa.








domingo, 3 de abril de 2011

Conselheiro diplomático de Kadhafi renuncia na Líbia

Ali Tikri, alto diplomata líbio, renunciou ao cargo de conselheiro do coronel Muammar Kadhafi e se tornou mais uma pessoa próxima ao ditador a abandonar o regime, informaram neste domingo (3) autoridades da Liga Árabe.

Rebeldes líbios disparam foguetes em mais um dia de enfrentamento com tropas pró-Kadhafi, neste domingo (4) (Foto: Altaf Qadri / AP)

Triki, ex-ministro das Relações Exteriores e das Relações Africanas, que também representou a Líbia na ONU e na França, se reuniu no Cairo com o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, mas se recusou a falar com a imprensa.

Ele renunciou ao cargo, mas não anunciou se passou ao lado dos rebeldes que desejam derrubar Kadhafi, afirmaram fontes da Liga Árabe.

Também neste domingo, o vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Abdelati Laabidi, responsável pelos contatos com os países europeus, viajou à Tunísia, informou a agência estatal do país.

Segundo as testemunhas, Laabidi chegou à fronteira, no posto de Ras Jdir, em um veículo oficial líbio com escolta. O comboio seguiu para Djerba. Segundo a agência de notícias "Reuters", no entanto, Laabidi teria embarcado em outro voo para a Atenas, na Grécia.

A viagem do vice-ministro levanta suspeitas de que possa estar deixando o governo de Muammar Kadhafi, pressionado pelos militantes antigoverno e pela ação militar da Otan para deixar o poder.

No dia 28 de março, o ministro líbio das Relações Exteriores, Mussa Kussa, chegou à Tunísia pela mesma estrada, oficialmente para uma "visita privada".

Dois dias depois, Kussa embarcou em um voo da Swissair de Djerba para Londres, onde anunciou a deserção do regime líbio de Muamar Kadhafi.

Rebeldes avançam

Os rebeldes pareciam ganhar terreno neste domingo ante as forças de Muammar Kadhafi após três dias de combates no leste da Líbia, onde a Otan investiga a morte de 13 pessoas, vítimas segundo os insurgentes de uma ação de "fogo amigo".

Os combates foram retomados na manhã deste domingo nos arredores da cidade petroleira de Brega, onde os rebeldes parecem ter avançado.

Os insurgentes afirmam ter retomado o controle da cidade, que fica 800 km ao leste de Trípoli, e afastado as forças leais a Muamar Kadhafi, mas a batalha prosseguia nas ruas de Brega.

Na entrada da cidade, os rebeldes ocuparam a Universidade do Petróleo, um enorme campus, neste domingo. As forças pró-Kadhafi parecem ter recuado para o oeste.

A região de Brega é cenário há vários dias de combates entre o homens de Kadhafi e os insurgentes. Depois de um rápido avanço para o oeste na semana passada e de um recuo em consequência da pressão das forças do regime, os rebeldes retomaram a vantagem na sexta-feira, auxiliados pelos ataques aéreos da coalizão internacional comandada pela Otan.







Óleo de cozinha usado pode virar sabão; aprenda a receita

O óleo de cozinha usado é um dos principais vilões do meio ambiente: basta um litro dele para poluir um milhão de litros de água. Além de contaminar a água, o óleo interfere diretamente no efeito estufa quando jogado no solo, uma vez que libera o gás metano. Mas esse prejuízo à natureza pode ser evitado com a reciclagem.

“O dano ambiental é muito grave”, diz o assessor da Compesa Fred Barbosa. Além de poluir a água, o óleo causa outros danos. O entupimento de canos é quase inevitável, já que ele torna-se pastoso e depois sólido – dentro dos canos parecem pedras enormes. Os gastos da Compesa com manutenção só por causa do óleo despejado chegam a R$ 150 mil por mês. “É um custo operacional que acaba retornando para a própria população dentro do cálculo de tarifa”, explica Fred Barbosa.

Há pouco mais de um ano a Compesa lançou a campanha para coletar, em todas as suas lojas, o óleo usado.


Mas a população ainda não se conscientizou do problema – apenas 860 litros foram coletados nos 13 postos da companhia. Calcula-se que todo mês 600 mil litros de óleo sejam consumidos pelas famílias pernambucanas – apenas 30 mil litros – ou 5% – são reaproveitados.

Há cinco anos o óleo usado nas frituras da casa da bancária Fátima Cortês vai direto para a garrafa plástica de reciclagem. Uma ideia que traz inclusive renda para as pessoas, já que o óleo usado pode virar sabão. (Veja abaixo a receita).

No Recife, uma fábrica (foto 3) não só aproveita o óleo dos pontos da Compesa como faz sua própria coleta. O material é primeiro despejado em um tanque para retirar as impurezas e depois segue para a produção. Em tachos gigantes, o óleo é misturado aos outros ingredientes a 90 graus de temperatura. O óleo poderia representar 30% da mistura usada na fabricação de sabão, mas apenas 10% são usados. “A ideia no segundo semestre é elevar para 15%”, afirma o gerente industrial Luiz Marcelo.

RECEITAS

Sabão em barra caseiro I

Ingredientes:

4 litros de óleo

1 kg de soda caustica diluída em 1 litro de água fervendo (fora do fogo)

Preparo:

Misturar e bater todos os ingredientes até o ponto.

Colocar dentro de caixa de papelão, em altura de uns 5 cm

Sabão em barra Caseiro II

Ingredientes:

4 L de óleo comestível usado

2 L de água

1/2 copo de sabão em pó

1 Kg de soda cáustica

5 mL de essência aromatizante (facultativo)

Preparo:

Dissolver o sabão em pó em ½ L de água quente

Dissolver a soda cáustica em 1 e ½ L de água quente

Adicionar lentamente as duas soluções ao óleo

Mexer por 20 minutos

Adicionar a essência aromatizante

Despejar em formas

Desenformar no dia seguinte

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Revista condena energia verde

Apesar da evidências dos males causados pelos combustíveis, e das crescentes altas de seus preços, mostrando sua insustentabilidade em um futuro próximo, a mídia conservadora americana continua bombardeando novas tecnologias alternativas, pautada pelos seus compromissos com a indústria do petróleo e do carvão. A revista Forbes dá um exemplo de como a direita, que inclui os negacionistas do clima, enxerga o desafio energético hoje.

"A energia "verde", eólica, solar ou de biomassa, responde hoje por apenas 3.6% da geração de eletricidade nos EUA. Mas existe um sonho segundo o qual devemos caminhar para uma terra prometida, onde a energia renovável irá substituir completamente os combustíveis fósseis e a energia nuclear.

"Quanto vai custar este sonho? O especilista em energia Vaclav Smil calcula que para chegar a esta meta em uma década, seria algo da ordem de U$ 4 trilhões, com custos e amortizações. Apenas a construção de novos geradores custaria U$ 2.5 trilhões.

"Vamos assumir, porém, que possamos pagar isto. Tivemos algum dia uma economia verde? Sim, no século 13. A energia renovável é literalmente uma coisa do passado. Poucos parecem perceber que abandonamos a energia verde séculos atrás por cinco boas razões. Primeiro, ela é difusa, e é necessário uma quantidade tremenda de terras e materiais para se ter um pouquinho de energia. Jesse Ausubel, diretor da Universidade Rockefeller, calcula, por exemplo, que seria necessária a área de todo o estado de Connecticut (isso se ele tiver vento, como nas pradarias do Colorado) para que suas turbinas eólicas alimentassem a cidade de Nova York.

"Segundo, custa caro de mais. O próprio governo Obama estima que em 2016 os custos de energia eólica em terra (a mais barata das verdes) serão 80% mais caros que a energia a gás. Isto sem contar os custos associados com centenas de bilhões de dólares de novos sistemas de transmissão. Terceiro, a energia verde é inconfiável. O sol nem sempre brilha e o vento nem sempre sopra quando precisamos. Quarto, ela é escassa. Embora sol e vento não sejam obviamente escassos, as propriedades das quais elas dependem e a proximidade economica delas dos contribuintes são escassas. Finalmente, uma vez assim produzida, a energia não pode ser armazenada porque a tecnologia atual de baterias não está à altura da tarefa".

A Forbes é uma revista de circulação relativamente baixa, mas têm grande influência entre conservadores, o dinheiro de Wall Street e os barões do petróleo e do carvão. Ela é apenas uma entre as muitas vozes no caminho de um sonho.