terça-feira, 19 de outubro de 2010

As Regiões Geoeconômicas do Brasil


A divisão regional oficial do Brasil é aquela estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo composta por cinco complexos regionais: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. No entanto, além dessa regionalização do território nacional, existe outra divisão regional (não oficial), conhecida como regiões geoeconômicas do Brasil: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul. Os critérios adotados para a delimitação dessas três regiões foram os aspectos naturais e, principalmente, as características socioeconômicas.

As regiões geoeconômicas do Brasil não seguem os limites das fronteiras dos estados, visto que seus critérios mais importantes são os aspectos sociais e econômicos, havendo grande dinamismo na delimitação espacial.

Portanto, alguns estados brasileiros estão inseridos em diferentes regiões: a porção norte de Minas Gerais é parte integrante da chamada região Nordeste, e o restante do estado está localizado no complexo regional Centro-Sul; o extremo sul do Tocantins localiza-se na região Centro-Sul, e o restante do seu território faz parte da região da Amazônia; a porção oeste do Maranhão integra a região da Amazônia e a sua porção leste está localizada no complexo regional nordestino; Mato Grosso integra a região Centro-Sul (porção sul), além da região da Amazônia (porção centro-norte).
Formada por todos os estados da região Norte, além do Mato Grosso (exceto sua porção sul) e oeste do Maranhão, a região da Amazônia corresponde a 60% do território nacional, abrangendo toda a extensão da Amazônia Legal. Apesar de possuir a maior área, esse complexo regional abriga a menor parcela da população brasileira - aproximadamente 7% do total.

No que se refere ao clima, esse é quente e bastante chuvoso. E quanto à vegetação, a Floresta Amazônica é a de maior predominância.

As principais atividades econômicas desenvolvidas na região da Amazônia são: extração mineral, agropecuária e extrativismo vegetal. O setor industrial é pouco desenvolvido, tal segmento econômico destaca-se em Manaus.

O complexo regional do Centro-Sul é formado pelos estados das regiões: Sul, Sudeste (exceto o extremo norte de Minas Gerais) e Centro-Oeste (exceto o centro-norte de Mato Grosso), além do extremo sul do Tocantins. Essa região corresponde a aproximadamente 22% do território nacional, e abriga cerca de 70% da população brasileira, razão pela qual é considerada como a região mais populosa e mais povoada do país.

A região Centro-Sul é a mais desenvolvida, economicamente, do Brasil, uma vez que é a principal responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) nacional: cerca de 75% do PIB brasileiro. Sua economia é dinâmica, apresentando um elevado grau de industrialização. As principais atividades econômicas são: agropecuária moderna, variados segmentos industriais dotados de um efetivo aparato tecnológico, bancos, desenvolvimento de pesquisas científicas, serviços diversos, etc.


Esse é o complexo regional que concentra a maior parte da renda nacional, além de apresentar os melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.

Composto por todos os estados nordestinos, além da porção norte de Minas Gerais, a região geoeconômica do Nordeste corresponde a aproximadamente 18% do território brasileiro, sendo, portanto, o menor complexo regional.

O território nordestino apresenta contrastes naturais e disparidades econômicas entre as áreas litorâneas: urbanizadas, industrializadas e, economicamente desenvolvidas. Porém, no interior, há o predomínio de um clima semiárido e grandes problemas socioeconômicos.

As atividades econômicas mais relevantes são: cultivo da cana-de-açúcar, algodão, arroz, cultivo irrigado de frutas, extrativismo vegetal, pecuária extensiva e de corte, indústrias têxteis, produção de petróleo (Bahia e Rio Grande do Norte) e o turismo.

As regiões do Brasil


O território brasileiro está dividido em estados, além de estar regionalizado, ou seja, dividido em regiões. O Brasil está dividido em cinco regiões, essa configuração foi proposta pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) desde 1970, com uma alteração em 1988, quando Tocantins foi desmembrado de Goiás, tornando-se um estado autônomo.

Atualmente o Brasil está dividido regionalmente da seguinte forma:

Região norte: região de maior extensão territorial, com uma área de 3 853 327 quilômetros quadrados, abriga os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins, possui a menor densidade demográfica do país.

Região centro-oeste: região que possui a segunda maior extensão em território entre todas as regiões, com uma área de 1 606 371 quilômetros quadrados, abriga os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal. A região centro-oeste é menos populosa, essa parte do país atravessa um período de intenso desenvolvimento, especialmente das atividades da agropecuária e agroindústria.

Região nordeste: em número de habitantes é superada somente pela região sudeste, possui uma população de 53.591.197 habitantes que se encontra em uma área de 1 554 257 quilômetros quadrados. Essa região abriga os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Um dos principais problemas que atormenta essa região está ligado ao clima que predomina nessa porção do território brasileiro, pois todos os anos a população enfrenta a seca proveniente do semi-árido.

Região sudeste: região que abrange uma área de 924 511,3 quilômetros quadrados, abriga a maior população do país com 80.915.332 habitantes. Nessa região estão estabelecidos os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A região em questão é mais industrializada e mais desenvolvida economicamente, no entanto, sofre com diversos problemas urbanos de ordem social.

Região sul: menor região do país quanto à extensão territorial, ocupa uma área de 576 mil quilômetros quadrados, onde está distribuída uma população de 27.719.118 habitantes. A Região Sul é composta pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, possui uma particularidade climática em relação às demais regiões, pelo fato de prevalecer o clima subtropical.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Exercícios (Gabaritos e comentários em breve)

1 - (MACKENZIE-SP) O modelo de desenvolvimento agrícola, adotado atualmente em boa parte dos países do mundo, tem levado à ocupação de áreas territoriais cada vez maiores. Como consequência, desencadeou-se uma série de problemas ambientais.

A esse respeito, analise as afirmações I, II, III e IV, abaixo.

I. A utilização indiscriminada de agrotóxicos pode eliminar insetos não nocivos, rompendo a cadeia alimentar.

II. Os solos poderão tornar-se estéreis, já que a biota contaminada desses solos poderá até desaparecer.

III. A intensa contaminação das águas subsuperficiais por produtos químicos disseminará, atingindo animais de águas superficiais.

IV. A implantação de monoculturas favorece o desenvolvimento de muitas espécies de seres vivos, como insetos, bactérias e fungos, que atacam as plantações, aumentando os predadores naturais.

Dessa forma,

a) apenas I e II estão corretas.
b) apenas III e IV estão corretas.
c) apenas I e IV estão corretas.
d) apenas I, II e III estão corretas.
e) I, II, III e IV estão corretas.


2 - (UFSM) "Dois terços das pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia moram e trabalham em áreas rurais. Os mercados em que operam, os seus meios de subsistência e as suas perspectivas para escapar à pobreza são afetados diretamente pelas regras que governam o comércio de produtos agrícolas. O problema básico a tratar nas negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre agricultura pode ser resumido em poucas palavras: subsídios dos países ricos. Na última
rodada das negociações sobre o comércio mundial, os países ricos prometeram cortar os subsídios agrícolas. Desde então, aumentaram-nos (...)".

ONU-PNUD. Informe sobre desarollo humano 2005. Madri: Mundi Prensa, 2005. p. 11.

I. Os países ricos, além de subsidiar os seus produtos, impedem uma participação mais justa aos países pobres, no comério mundial.
II. No texto, os países ricos prometeram reduzir os subsídios a seus produtores; no entanto, aumentaram-nos.
III. Ambos contêm a ideia de que o aumento dos subsídios nos países ricos aumenta os preços de compra dos produtos no mercado internacional, favorecendo as perspectivas de diminuir a pobreza em áreas rurais.

A respeito do texto e da figura, são feitas as seguintes afirmações:

Está(ão) correta(s)

a) apenas a II.
b) apenas I e II.
c) apenas I e III.
d) apenas III.
e) I, II e III.


3 - (UFJF) Leia o fragmento de texto a seguir:

A produção avícola é hoje ainda mais semelhante a uma operação fabril. [...] Algumas das grandes empresas de alimentos, como a Ralston Purina, a Cargill e a Allied Mills, são responsáveis por gigantescas instalações aviárias que processam dezenas de milhares de galinhas por dia. Como na organização fabril, as chaves dessa produção são a procriação especial, alimentação intensiva enriquecida, estímulos químicos (hormônios) e o controle de doenças. [...] O alimento passa na frente das galinhas imóveis, numa correia transportadora, enquanto ovos e excrementos são removidos em outras correias. A iluminação artificial supera o ciclo diário natural e mantém as galinhas em postura constante.

IANNI, Otavio. A era do globalismo. São Paulo: Civilização brasileira, 1996. p.47-8.

O exemplo apresentado por Ianni refere-se ao desenvolvimento de uma agropecuária de forma
intensiva.

Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE os itens responsáveis por esta classificação.
a) Capitalização e produtividade da área.
b) Mercado consumidor e produção total.
c) Predominância do fator trabalho e terra.
d) Regime de propriedade vigente e trabalho.
e) Utilização abundante de terras e energia.

Custos fazem África se voltar para fontes alternativas de energia

Por Por Miriam Mannak, da IPS, Envolverde

Cidade do Cabo, África do Sul, 6/10/2010 – Numerosos países da África oriental começaram a mudar aos poucos a fonte de geração elétrica, passando do carvão para uma mais limpa, para reduzir custos. “Ainda falta, mas os países começaram a pegar o touro pelos chifres”, disse o especialista Mark Hankins. O principal motor da mudança é o aumento do preço da eletricidade, explicou Mark, que trabalha há duas décadas como consultor em eletrificação rural e energias renováveis na África austral e oriental. “Na África oriental, o preço é de duas as cinco vezes maior do que na África do Sul, o que prejudica a indústria e as famílias”, afirmou.

Hankins participou da Semana da Energia da África, um encontro de quatro dias, organizado por empresas estatais e privadas nesta cidade sul-africana. Cerca de 150 especialistas internacionais, funcionários e representantes de empresas de gás e petróleo participaram da reunião, realizada de 27 a 30 de setembro. Outra razão para o interesse da África oriental nas energias renováveis é que a demanda por eletricidade supera a capacidade da rede elétrica, em parte devido ao rápido crescimento econômico. “A indústria de diamantes e petróleo e a agricultura são setores em crescimento e precisam de mais energia”, disse Mark.

“Desde que me mudei para o Quênia, em 1993, me entusiasmam os progressos que vejo na África oriental em matéria de energia renováveis”, afirmou, e contou como foram construídas no ano passado seis turbinas eólicas nas colinas de Ngong, sul do país. A obra, próxima a Nairóbi, agregou 5,1 megawatts à rede elétrica e faz parte da primeira fazenda eólica do Quênia. Outro projeto similar está previsto no país, com capacidade de 310 megawatts, e seria a maior fazenda eólica do continente. O projeto, que inclui 300 turbinas de vento, custará US$ 408 milhões. O Banco de Desenvolvimento Africano financiará 70% e o restante caberá a investidores holandeses e quenianos.

O Quênia não é o único país da região a considerar as energias renováveis. “Uganda, Ruanda e Etiópia fazem o mesmo, e também a Tanzânia. Neste último, há uma fazenda eólica que produz 50 megawatts e um projeto para construir outra semelhante”, disse Mark. “De todas as regiões do mundo, a África é a que tem maior possibilidade de dar um grande salto para formas de energias mais limpas”, devido à abundância de sol, água e vento, disse Christopher Clarke, diretor da Inspired Evolution Investment Management.

“Atualmente, 70% da eletricidade é produzida a partir de carvão. Em 2025, a proporção poderá ser de 42%. Também estamos prevendo que, para o mesmo ano, a energia hidrelétrica e o gás serão responsáveis por 60% e 150% da eletricidade respectivamente”, acrescentou Christopher. A Tanzânia começou a desenvolver a capacidade de gerar eletricidade a partir do gás.

O gás natural não é considerado uma fonte renovável, mas o processo é muito mais limpo em comparação ao carvão ou aos combustíveis fósseis como óleo combustível e querosene. “A demanda atual de gás na Tanzânia para produzir eletricidade supera os 2,9 milhões de metros cúbicos diários”, disse Oswald Mutaitina, gerente de finanças e desenvolvimento empresarial da companhia Songas. “Produzimos 1,9 milhões de metros cúbicos de gás ao dia, mas queremos duplicar essa quantidade. Para isso precisamos ampliar e melhorar a infraestrutura”, disse Oswald, o que custará US$ 60 milhões.
A companhia, propriedade do Estado e de várias empresas privadas, extrai o gás da Ilha de Songo Songo, situada diante da cidade tanzaniana de Dar-Es-Salaam, que tem quase 34 bilhões de centímetros cúbicos de gás natural. Além de extrair e vender gás, a Songas também produz eletricidade. A empresa fornece 180 megawatts à rede elétrica da Tanzânia, segundo a própria empresa.

A demanda crescente por energia a partir do gás e não de fontes convencionais tem a ver com o custo. “O gás é mais barato em comparação com combustíveis líquidos, como óleo combustível e querosene. Além disso, o gás que usamos em nossa unidade é local e não temos de importar. Não dependemos das flutuações do mercado internacional”, disse Oswald à IPS. “Podemos baixar o custo da eletricidade para US$ 0,06 por quilowatt/hora”, acrescentou.

O serviço oferecido pela Independent Power Tanzania Ltd. ou Tsavo, no Quênia, é de US$ 0,11 e US$ 0,12 por quilowatt/hora, respectivamente. A ampliação da rede permitirá dar eletricidade a mais pessoas na Tanzânia, acrescentou Oswald. “Agora, apenas 10% do país tem eletricidade. A situação melhorará nos próximos anos”, previu. (Envolverde/IPS)